Pausa para Felicidade

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Neste mês participo de um movimento potente idealizado pela Chirles Oliveira, do Felicidade Sustentável. 

O Pausa para Felicidade nos convida a vinte e um dias de práticas de meditação. Vinte e um colegas meditadores foram convidados a contribuir com diferentes técnicas. Isso é extremamente potente, pois será possível ter acesso a diferentes formas de meditar. Uma oportunidade de engajar na prática!

Ontem foi o lançamento do projeto com todo o time e foi bonito de ver. Contribuí com uma prática de atenção plena no corpo. Se quiser praticar junto comigo, clique aqui. Quem quiser entrar nessa nova rotina ao logo do mês, foi criado um grupo no Telegram para a divulgação das práticas.

Espero você nessa roda, que não para de girar.

Até mais!

A vista da pandemia

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Quando criança, eu gostava de passar um tempo a contemplar a vista da janela. Via o céu, os pássaros, os carros coloridos e pessoas as mais diferentes andando pela rua. Esse hábito se mantém até hoje, na fase adulta. Os anos se passaram. Muitas moradas já tive: vi céu, gente, prédio, grama. O hábito de espreitar o lá fora me acompanha pela vida. Em tempos de crise mundial, a vista da pandemia revela diferentes cenários. É preciso desacelerar para ver melhor.

Em nossa cultura ocidental, a atividade de observação perdeu a importância frente à urgência da atividade. Temos que fazer muitas coisas o tempo todo. É chique estar ocupado. É feio não fazer nada “produtivo”. Neste ano, a pandemia se instalou rasgando tudo. Nas primeiras semanas, um movimento um tanto coletivo de realizar mil cursos, praticar todos os exercícios físicos possíveis, falar com todas as pessoas todos os dias. Uma caricatura para o desespero que sentimos no início do isolamento. O distanciamento social escancarou o que tanto nos faltava: tempo. Como usar nossos segundos agora?

Acompanhar as notícias da mídia nos coloca em contato com o número crescente de mortos, o esforço sobrehumano dos profissionais de saúde, a injusta desigualdade social. Temas relevantes que carregam junto a ansiedade e a tristeza que a empatia nos provoca. Com o tempo, muitos passaram a regular o consumo da informação. Perceberam que a overdose de conteúdo pode levar a um sofrimento mental que o isolamento potencializa. Sinto que estamos em uma panela de pressão. O isolamento em casa amplifica tudo: emoções, pensamentos e humores. A gestão de si tornou-se uma atitude fundamental.

A consciência da rotina nunca foi tão importante. Em entrevista à Globo News, a Dra. Maria Helena Franco, psicóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, comenta sobre a rotina como um espaço de controle e autonomia em meio ao caos. As atividades que compõem nosso dia nunca foram tão importantes. A maneira como ocupamos nossa manhã, tarde e noite muito contribuirá na nossa regulação interna. Amyr Klink, navegador com experiência larga em isolamento, mostra como a organização do tempo é vital para a nossa saúde mental.

“Nessas semanas de quarentena, percebi o quão importante é ter rotina. Se não a temos, ficamos nos controlando para ficar em casa, o que nem sempre pode ser bom. Devemos construir uma rotina e estabelecer etapas de paciência. Vamos esperar para ver o que vai acontecer nos próximos sete dias, nos próximos 10 dias, e principalmente usar a cabeça para enxergar o contexto do que está acontecendo”, diz Amyr para a CNN Brasil.

Quem diria… A rotina tornou-se refúgio e foco da nossa contemplação, uma âncora em meio à tormenta. Nos damos conta de que a agitação constante não é muito benéfica nesse contexto, que pode nos levar a mais sofrimento. Na desaceleração vemos com mais nitidez nossa vida, nossas escolhas, nossas atitudes. O isolamento em casa em meio a uma pandemia como a urgência de se manter vivo (e são) no próprio ninho.

Na minha rotina atual, a janela tornou-se vital. Um tempo para focar no que vejo, e não no que penso ou sinto. Preciso enxergar o céu e as pessoas. Todas as manhãs um casal de descendência oriental se exercita no apartamento à frente. Ela faz movimentos que remetem ao Qi Gong em uma bela dança em direção ao sol. Nos dias de sol forte, usa óculos escuros. O marido aposta em exercícios mais acelerados, com polichinelos vigorosos. Em alguns dias ela me vê como expectadora e me saúda com um sorriso. A vista da pandemia revela imagens e cores fortes: o luto, o medo, a ansiedade, mas sobretudo, a beleza do cotidiano dentro e fora de casa, nas entrelinhas do viver.

Este texto foi publicado originalmente no site Felicidade Sustentável. Clique aqui para acessar minha coluna.

Até mais!

Conversa sobre a pandemia

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Foto Annie Spratt

Olá,

Tive o prazer de conversar com a jornalista e coach Chirles Oliveira, do Felicidade Sustentável, para o seu canal. Escolhi abordar o tema das perdas, afinal estou mergulhada nos estudos sobre luto para o meu doutorado. E porque infelizmente temos lidado de forma muito íntima com essa experiência de perda na pandemia Covid-19.

Os lutos são muitos: da nossa rotina, da nossa liberdade, das mortes. Cuidar das perdas para cuidar da vida. Precisamos seguir.

Para assistir é só clicar aqui.

Até mais!

O que mindfulness tem a ver com felicidade?

Nessa vida, um dos nossos grandes dilemas é encontrar a felicidade. Enquanto isso, carregamos tudo o que precisamos nessa jornada – objetos úteis, objetos queridos – mas também um conteúdo invisível: julgamentos, representações, expectativas, mágoas. O peso a carregar dependerá da quantidade acumulada ao longo do caminho. Talvez a busca pela felicidade, adotando a perspectiva do mindfulness, passaria pelo ato de conhecer tudo o que levamos conosco. Para, quem sabe, avaliarmos se queremos dispensar algo na próxima curva.

Dalai Lama descreve no livro “How To Be Compassionate” os conceitos de felicidade física e mental, sendo aquela relacionada às coisas materiais – nossos apegos às coisas – enquanto o aspecto mental diz respeito ao crescimento espiritual – ao imaterial. A consciência sobre esses dois âmbitos – e seu manejo – pode levar a uma vida mais leve e satisfeita. Em nossa sociedade, a insatisfação constante pode ser celebrada como sinônimo de sucesso, sinal de ambição e “sangue no olho”; por outro lado a eterna inquietação com o presente pode trazer algumas noites de sono perdidas e muito sofrimento associado.

Por vezes interpretamos as experiências desagradáveis como algozes que nos maltratam sem dó nem piedade. É fato que existem adversidades que fogem ao nosso controle, mas quando pensamos na nossa vida corriqueira, de segunda a sexta, nos deparamos com situações em que temos, sim, nossa parcela de responsabilidade. Se não somos responsáveis pelo ocorrido, somos com o que faremos disso. A forma com que lidamos com o que nos acontece dará o tom da nossa visão de mundo.

Da mesma forma, o modo como lemos as circunstâncias é influenciado pelos nossos conteúdos internos. Ao nos relacionarmos com os outros, estamos a todo momento pautados em nós mesmos. Podemos construir, por meio de uma história de vida dura e árida, uma estrutura de rigidez interna, guardando uma tempestade de tristeza e insegurança dentro de si, com marcas profundas vindas do passado. Um peso a ser carregado e dividido com quem vivemos. Trazer a atenção a como nos relacionamos e como carregamos as experiências vividas, boas ou ruins, é um dos convites da filosofia do mindfulness, e que tem tudo a ver com a nossa percepção de felicidade.

Ao mesmo tempo que o convite aqui seja o foco no aqui e agora, isso não significa que devamos ignorar completamente passado e futuro. Afinal, somos hoje, porque nos construímos ao longo do tempo. Além disso, a ideia de um chão futuro nos motiva a alimentar os sonhos e a viver por eles. Swami Nirmalatmananda nos adverte sabiamente sobre o risco da ignorância de passado e futuro que nos leva a um descomprometimento com o vivido e o porvir. Eles existem na nossa mente, mas não devem nos amarrar.

Assim, as práticas de mindfulness nos auxiliam a entrar em contato com nossas emoções e sensações (de quem muitas vezes fugimos, não?) convidando-nos a trazer o foco da atenção a um ponto, em uma postura de abertura e curiosidade. Em meu caminho, essa prática me auxilia a separar o que é meu do que é do outro, abandonando coisas pesadas para seguir em frente com mais leveza, consciência, e encontrando a felicidade com alegria! Às vezes dá certo, às vezes me pego entulhando novamente. Vida que segue. E você? O que tem carregado na sua
bagagem?

Este texto foi publicado originalmente no site Felicidade Sustentável. Clique aqui para acessar minha coluna.

Até mais!

Filme Divertidamente

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Olá,

Primeiro, atenção! Aqui comento cenas do filme, spoiler na veia! Se preferir, assista primeiro ao filme para conhecer a história.

Considero a realização e divulgação do filme Divertida Mente um ato de coragem! O filme trata da história de Riley, uma adolescente que passa por diversas experiências quando sua família muda-se de uma cidade para outra dos Estados Unidos. O turbilhão de emoções da menina que, além da mudança de cidade, passa pelas transformações típicas da adolescência, é apresentado no filme de forma muito madura, mas também divertida.

Para a realização do filme, o pesquisador Paul Ekman foi consultor científico do filme para orientar quanto à abordagem das emoções na mente humana. Seu trabalho investiga como nos afetamos pelas emoções e como elas atuam no nosso organismo.

Como psicóloga, tenho como principal material de trabalho justamente as emoções. Anos e anos observando o comportamento e a mente humana, e tentando pensar no melhor caminho rumo ao autoconhecimento. No filme, vemos o comportamento de cada emoção: raiva, alegria, tristeza, nojo e medo. Em um primeiro momento, tenderíamos a gostar mais da alegria: mais bonita, vibrante, engraçada, boazinha. E aí penso que o filme ganha os meus louros.

A protagonista do filme é a… Tristeza. Sim. Azulzinha, cabisbaixa, um tanto pessimista. Mas, na aventura que se desenrola no filme, onde Tristeza e Alegria entram no subconsciente de Riley e conhecem todos os conteúdos mais secretos da menina, que percebemos a riqueza do filme (e percebemos uma grande chave para o nosso caminho de autoconhecimento).

A sociedade de consumo é conhecida por destacar como principais características a alegria, a aceleração, a intensidade. Portanto, nessa sociedade não existe espaço para o inverso: tristeza e vagarosidade. O desfecho do filme nos apresenta o reconhecimento da tristeza,  de seu valor e  importância na vida de Riley, como a chave para a integração psíquica da menina.

Em minha experiência pessoal e profissional, percebo o mesmo caminho. Quando reconhecemos todas as nossas emoções, quando aceitamos a sombra que Jung conceituou, o inconsciente e a repressão conceituados por Freud, então podemos nos integrar. Podemos viver de forma autêntica. Nossa vida é uma palheta de cores, vamos do branco ao preto todos os dias. Precisamos de sabedoria para identificar esses movimentos e dosarmos nossas reações cotidianas.

A tristeza é tão importante quanto a alegria. A doença é um sinal da saúde. E assim vamos integrando e caminhando. Desintegrando e reintegrando, do caos a ordem. Todos os dias.

Até mais!

3 atitudes que vão melhorar a sua experiência de morar fora do Brasil

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Olá,

Contribuí com o blog do Zenklub em um artigo sobre a experiência de morar fora do Brasil. Para além das receitas mágicas, um convite para mergulhar no seu caminho de autoconhecimento. Segue um trechinho abaixo e o link para a matéria completa.

“Se conhecer melhor vai te fazer entender também o que incomoda, o que e por quê faz falta e como suprir todas essas necessidades quando você vai morar fora do Brasil (ou aceitar que algumas saudades nunca vão passar e ficar bem com isso). “Ao voltar a atenção a si, abre-se a possibilidade de perceber quais recursos você pode utilizar para se apoiar, pensando nas suas reais necessidades. Nestas experiências de afastamento da cidade natal, tendemos a entrar mais em contato com nós mesmos, ficando mais evidente o que realmente importa para a nossa felicidade. Ao identificar o que nos importa, podemos finalmente ir atrás disso”, diz a psicóloga e coach Claudia Comaru, que atende por vídeo-chamada no Zenklub, plataforma que oferece consultas online”.

Este texto foi publicado originalmente no blog do Zenklub. Clique aqui para continuar lendo.

Até mais!

Cursos de Abril e Maio

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Olá!

O mês de abril já começou com novidades! Dois cursos fresquinhos para pensarmos sobre autocuidado e saúde, em São Paulo.

Curso “Mindfulness no cotidiano”, no Leela Yoga

O curso tem o objetivo de apresentar algumas técnicas de mindfulness para quem tem curiosidade sobre o assunto. Três dias de teoria e prática sobre as práticas de atenção plena e como incorporá-las ao cotidiano. Este curso é voltado para a prática do autocuidado.

No Leela Yoga, Rua Monte Alegre, 695 – Perdizes.

[Dias 25, 26 e 27 de abril, de 20:00 às 22:00hs]

Informações e inscrições em contato@claudiacomaru.com.br


Curso “Saúde mental nas empresas: Prevenir, promover ou remediar?”, no CETAT

O curso tem o objetivo de trazer a lógica da promoção da saúde para a seara das instituições com reflexões que estimulem o autocuidado. A partir da apresentação de conceitos e práticas, o objetivo do minicurso é instrumentalizar o profissional a pensar novas estratégias para abordar a saúde mental no trabalho.

No CETAT, Rua Dr. José Queiros de Aranha, 19 – cj.322 – Vila Mariana.

[Dia 06 de maio, de 08:00 às 18:00hs]

Informações e inscrições em www.cetat.com.br ou pelos telefones (011) 3796-1327 e WhatsApp (11) 97049-5378.

Até mais!

Congresso Online

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Olá,

De 27 de março a 2 de abril acontecerá o 1o Congresso sobre autoconhecimento, inteligência emocional e desenvolvimento pessoal. Um evento 100% online e gratuito em que você se inscreve pelo site clicando aqui. Após a inscrição, você receberá os links para as palestras na semana do congresso.

Terei o prazer de contribuir nesse movimento com a palestra “Autocuidado: de si para o outro”. Nela, falarei um pouco sobre como percebi que o autocuidado pode ser o início de um processo que precisa alcançar a esfera relacional, o contato com o outro. É nas relações que temos a oportunidade de sermos melhores a cada dia. A partir das experiências do cotidiano temos as chaves para o nosso autoconhecimento.

Quer saber mais? É só se inscrever no Congresso e aguardar a divulgação da minha palestra.

Até mais!

Inteligência emocional nas empresas

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Olá,

Contribuí em um artigo sobre a importância da inteligência emocional nas empresas. Uma forma de desenvolver o autoconhecimento no ambiente de trabalho. Segue um trechinho abaixo e o link para a matéria completa.

“Mas, o que os profissionais podem fazer por si mesmos quando as habilidades mais exigidas não são competências ensinadas em cursos de graduação ou especialização? A resposta é desenvolver a chamada Inteligência Emocional (IE), habilidade já tão valorizada por gestores e recrutadores. ‘Profissionais com inteligência emocional tendem a tomar decisões mais conscientes do que aqueles que não possuem. Consequentemente podem fazer escolhas profissionais mais alinhadas com o seu propósito, sentindo-se mais satisfeitos com seu trabalho’, afirma a psicóloga, coach e especialista em saúde do trabalhador Claudia Comaru, que atende por videochamada no Zenklub”.

Este texto foi publicado originalmente no blog do Zenklub. Clique aqui para continuar lendo.

Até mais!

Se conhecer dá trabalho (mas vale a pena)

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Olá,

No mundo das fórmulas mágicas, onde tudo tem solução (e uma solução rápida), ao falar de autoconhecimento é preciso ter cautela. Em primeiro lugar, preciso lembrar que estamos na era em que cada segundo vale ouro! A comida fast food, a comunicação acelerada por aplicativos, muitas fotos curtidas por minuto, a mediação de conflitos resolvida à jato… mas, e no nosso mundo interno? Será que o tempo para se conhecer e lidar com as nossas questões é o mesmo? Respondo prontamente que não. Não necessariamente.

Este texto foi publicado originalmente no blog do Zenklub. Clique aqui para continuar lendo.

Até mais!