Como lidar com o estresse?

Como psicóloga, frequentemente recebo perguntas sobre como diminuir o estresse. Imagino que se você chegou a este texto, provavelmente se vê em meio a uma tempestade, avista alguma se aproximando ou quer levar alguém querido para bem longe dela. Aqui indicarei algumas atitudes possíveis para que você consiga olhar melhor para si e para a situação que está acontecendo.

Proponho que montemos um Kit primeiro socorros; um convite para ter sempre esta maleta em seu benefício. Atitudes que possam ser colocadas em prática para responder à pergunta: “O que fazer quando me percebo triste, irritada, esgotada?”.

Diário emocional

Um recurso potente para tentar desacelerar a mente, levando-a a focar em uma tarefa, é o registro. Escrever algumas frases sobre como estão suas emoções ao longo do dia, ou em um horário específico determinado por você, pode lhe ajudar na auto observação cotidiana, além de cumprir a função de uma válvula de escape.

Respire com atenção

Todos respiramos. Respirar com atenção, no entanto, em breves momentos. A proposta é selecionar momentos do dia para aumentar a consciência no ato de inspirar e expirar. Sentada no banheiro, dentro do carro ou do transporte público, na cama ao acordar ou deitar. Os aplicativos de celular podem auxiliar no início da prática meditativa e de atenção plena. Possuo experiência com o Lojong, que você pode adquirir o plano anual aqui.

Rede de apoio

A companhia de pessoas com a mesma intenção tem o poder de nos fortalecer na construção de um hábito. Assim, você pode buscar nas suas relações, pessoas que aceitem desenvolver o mesmo comportamento que o seu. Se não for possível praticar juntas, que ao menos vocês possam compartilhar as sensações e a experiência da prática ao longo dos dias – seus desafios e avanços.

Construa rotina

O atravessamento da pandemia COVID-19 nos provou o valor da construção e manutenção da rotina para o bem estar mental. A organização das atividades a serem realizadas ao longo de um dia confere previsibilidade e segurança, além de economizar a energia que seria despendida no planejamento da agenda diária.

Movimente-se

Mobilizar o corpo é mobilizar a mente. Um corpo em movimento – aquele mais afim ao seu gosto e estilo de vida – produz hormônios, trabalha músculos, promove a limpeza do organismo com a liberação de fluidos. Doses de movimento com constância podem contribuir para a melhora da saúde mental.

Espero que este compêndio de orientações contribua de algum modo na construção do seu mapa de cuidado, possibilitando mais consciência e atenção no seu cotidiano. Caso necessite de um acompanhamento profissional, estarei à disposição. Conte comigo!

Apoio emocional Covid-19

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Nesse momento de pandemia,  o número de pessoas com ansiedade tem aumentado consideravelmente. Segundo pesquisa do professor Alberto Filgueiras, da UFRJ, os eventos de estresse e ansiedade aumentaram 80% nesse período.

Para cuidar dessa realidade, profissionais de saúde mental tem oferecido apoio emocional voluntário para a população geral.  O Mapa da Saúde Mental mostra alguns destes serviços oferecidos no país. O site para acesso é http://www.mapasaudemental.com.br

Aproveito para divulgar dois projetos que participo:

Projeto Girafeto – Um grupo de psicólogas oferece apoio emocional à população nessa fase da pandemia por meio de uma conversa. O instagram é o @girafeto.covid19. Se você precisar ou quiser indicar para alguém, o formulário de solicitação está em http://www.bit.ly/girafeto-agenda *Atendimentos encerrados em 10/07/2020

Instituto Maria Helena Franco – O Instituto Maria Helena Franco oferece atendimento psicológico breve e gratuito a enlutados pela COVID-19. Para inscrição, é só enviar um email com nome e telefone para falandodeluto.imhfp@gmail.com

 

Até mais!

A vista da pandemia

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Quando criança, eu gostava de passar um tempo a contemplar a vista da janela. Via o céu, os pássaros, os carros coloridos e pessoas as mais diferentes andando pela rua. Esse hábito se mantém até hoje, na fase adulta. Os anos se passaram. Muitas moradas já tive: vi céu, gente, prédio, grama. O hábito de espreitar o lá fora me acompanha pela vida. Em tempos de crise mundial, a vista da pandemia revela diferentes cenários. É preciso desacelerar para ver melhor.

Em nossa cultura ocidental, a atividade de observação perdeu a importância frente à urgência da atividade. Temos que fazer muitas coisas o tempo todo. É chique estar ocupado. É feio não fazer nada “produtivo”. Neste ano, a pandemia se instalou rasgando tudo. Nas primeiras semanas, um movimento um tanto coletivo de realizar mil cursos, praticar todos os exercícios físicos possíveis, falar com todas as pessoas todos os dias. Uma caricatura para o desespero que sentimos no início do isolamento. O distanciamento social escancarou o que tanto nos faltava: tempo. Como usar nossos segundos agora?

Acompanhar as notícias da mídia nos coloca em contato com o número crescente de mortos, o esforço sobrehumano dos profissionais de saúde, a injusta desigualdade social. Temas relevantes que carregam junto a ansiedade e a tristeza que a empatia nos provoca. Com o tempo, muitos passaram a regular o consumo da informação. Perceberam que a overdose de conteúdo pode levar a um sofrimento mental que o isolamento potencializa. Sinto que estamos em uma panela de pressão. O isolamento em casa amplifica tudo: emoções, pensamentos e humores. A gestão de si tornou-se uma atitude fundamental.

A consciência da rotina nunca foi tão importante. Em entrevista à Globo News, a Dra. Maria Helena Franco, psicóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, comenta sobre a rotina como um espaço de controle e autonomia em meio ao caos. As atividades que compõem nosso dia nunca foram tão importantes. A maneira como ocupamos nossa manhã, tarde e noite muito contribuirá na nossa regulação interna. Amyr Klink, navegador com experiência larga em isolamento, mostra como a organização do tempo é vital para a nossa saúde mental.

“Nessas semanas de quarentena, percebi o quão importante é ter rotina. Se não a temos, ficamos nos controlando para ficar em casa, o que nem sempre pode ser bom. Devemos construir uma rotina e estabelecer etapas de paciência. Vamos esperar para ver o que vai acontecer nos próximos sete dias, nos próximos 10 dias, e principalmente usar a cabeça para enxergar o contexto do que está acontecendo”, diz Amyr para a CNN Brasil.

Quem diria… A rotina tornou-se refúgio e foco da nossa contemplação, uma âncora em meio à tormenta. Nos damos conta de que a agitação constante não é muito benéfica nesse contexto, que pode nos levar a mais sofrimento. Na desaceleração vemos com mais nitidez nossa vida, nossas escolhas, nossas atitudes. O isolamento em casa em meio a uma pandemia como a urgência de se manter vivo (e são) no próprio ninho.

Na minha rotina atual, a janela tornou-se vital. Um tempo para focar no que vejo, e não no que penso ou sinto. Preciso enxergar o céu e as pessoas. Todas as manhãs um casal de descendência oriental se exercita no apartamento à frente. Ela faz movimentos que remetem ao Qi Gong em uma bela dança em direção ao sol. Nos dias de sol forte, usa óculos escuros. O marido aposta em exercícios mais acelerados, com polichinelos vigorosos. Em alguns dias ela me vê como expectadora e me saúda com um sorriso. A vista da pandemia revela imagens e cores fortes: o luto, o medo, a ansiedade, mas sobretudo, a beleza do cotidiano dentro e fora de casa, nas entrelinhas do viver.

Este texto foi publicado originalmente no site Felicidade Sustentável. Clique aqui para acessar minha coluna.

Até mais!

Filme Divertidamente

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Olá,

Primeiro, atenção! Aqui comento cenas do filme, spoiler na veia! Se preferir, assista primeiro ao filme para conhecer a história.

Considero a realização e divulgação do filme Divertida Mente um ato de coragem! O filme trata da história de Riley, uma adolescente que passa por diversas experiências quando sua família muda-se de uma cidade para outra dos Estados Unidos. O turbilhão de emoções da menina que, além da mudança de cidade, passa pelas transformações típicas da adolescência, é apresentado no filme de forma muito madura, mas também divertida.

Para a realização do filme, o pesquisador Paul Ekman foi consultor científico do filme para orientar quanto à abordagem das emoções na mente humana. Seu trabalho investiga como nos afetamos pelas emoções e como elas atuam no nosso organismo.

Como psicóloga, tenho como principal material de trabalho justamente as emoções. Anos e anos observando o comportamento e a mente humana, e tentando pensar no melhor caminho rumo ao autoconhecimento. No filme, vemos o comportamento de cada emoção: raiva, alegria, tristeza, nojo e medo. Em um primeiro momento, tenderíamos a gostar mais da alegria: mais bonita, vibrante, engraçada, boazinha. E aí penso que o filme ganha os meus louros.

A protagonista do filme é a… Tristeza. Sim. Azulzinha, cabisbaixa, um tanto pessimista. Mas, na aventura que se desenrola no filme, onde Tristeza e Alegria entram no subconsciente de Riley e conhecem todos os conteúdos mais secretos da menina, que percebemos a riqueza do filme (e percebemos uma grande chave para o nosso caminho de autoconhecimento).

A sociedade de consumo é conhecida por destacar como principais características a alegria, a aceleração, a intensidade. Portanto, nessa sociedade não existe espaço para o inverso: tristeza e vagarosidade. O desfecho do filme nos apresenta o reconhecimento da tristeza,  de seu valor e  importância na vida de Riley, como a chave para a integração psíquica da menina.

Em minha experiência pessoal e profissional, percebo o mesmo caminho. Quando reconhecemos todas as nossas emoções, quando aceitamos a sombra que Jung conceituou, o inconsciente e a repressão conceituados por Freud, então podemos nos integrar. Podemos viver de forma autêntica. Nossa vida é uma palheta de cores, vamos do branco ao preto todos os dias. Precisamos de sabedoria para identificar esses movimentos e dosarmos nossas reações cotidianas.

A tristeza é tão importante quanto a alegria. A doença é um sinal da saúde. E assim vamos integrando e caminhando. Desintegrando e reintegrando, do caos a ordem. Todos os dias.

Até mais!

Cursos de Abril e Maio

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Olá!

O mês de abril já começou com novidades! Dois cursos fresquinhos para pensarmos sobre autocuidado e saúde, em São Paulo.

Curso “Mindfulness no cotidiano”, no Leela Yoga

O curso tem o objetivo de apresentar algumas técnicas de mindfulness para quem tem curiosidade sobre o assunto. Três dias de teoria e prática sobre as práticas de atenção plena e como incorporá-las ao cotidiano. Este curso é voltado para a prática do autocuidado.

No Leela Yoga, Rua Monte Alegre, 695 – Perdizes.

[Dias 25, 26 e 27 de abril, de 20:00 às 22:00hs]

Informações e inscrições em contato@claudiacomaru.com.br


Curso “Saúde mental nas empresas: Prevenir, promover ou remediar?”, no CETAT

O curso tem o objetivo de trazer a lógica da promoção da saúde para a seara das instituições com reflexões que estimulem o autocuidado. A partir da apresentação de conceitos e práticas, o objetivo do minicurso é instrumentalizar o profissional a pensar novas estratégias para abordar a saúde mental no trabalho.

No CETAT, Rua Dr. José Queiros de Aranha, 19 – cj.322 – Vila Mariana.

[Dia 06 de maio, de 08:00 às 18:00hs]

Informações e inscrições em www.cetat.com.br ou pelos telefones (011) 3796-1327 e WhatsApp (11) 97049-5378.

Até mais!

Inteligência emocional nas empresas

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Olá,

Contribuí em um artigo sobre a importância da inteligência emocional nas empresas. Uma forma de desenvolver o autoconhecimento no ambiente de trabalho. Segue um trechinho abaixo e o link para a matéria completa.

“Mas, o que os profissionais podem fazer por si mesmos quando as habilidades mais exigidas não são competências ensinadas em cursos de graduação ou especialização? A resposta é desenvolver a chamada Inteligência Emocional (IE), habilidade já tão valorizada por gestores e recrutadores. ‘Profissionais com inteligência emocional tendem a tomar decisões mais conscientes do que aqueles que não possuem. Consequentemente podem fazer escolhas profissionais mais alinhadas com o seu propósito, sentindo-se mais satisfeitos com seu trabalho’, afirma a psicóloga, coach e especialista em saúde do trabalhador Claudia Comaru, que atende por videochamada no Zenklub”.

Este texto foi publicado originalmente no blog do Zenklub. Clique aqui para continuar lendo.

Até mais!

Se conhecer dá trabalho (mas vale a pena)

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Olá,

No mundo das fórmulas mágicas, onde tudo tem solução (e uma solução rápida), ao falar de autoconhecimento é preciso ter cautela. Em primeiro lugar, preciso lembrar que estamos na era em que cada segundo vale ouro! A comida fast food, a comunicação acelerada por aplicativos, muitas fotos curtidas por minuto, a mediação de conflitos resolvida à jato… mas, e no nosso mundo interno? Será que o tempo para se conhecer e lidar com as nossas questões é o mesmo? Respondo prontamente que não. Não necessariamente.

Este texto foi publicado originalmente no blog do Zenklub. Clique aqui para continuar lendo.

Até mais!

Zenklub

Olá,

A partir desta semana começarei a realizar atendimentos online através do Zenklub, uma plataforma on-line de atendimento psicológico onde as sessões acontecem através de vídeo chamada. Realizarei atendimentos de orientação psicológica e coaching. Para agendar uma consulta comigo, é preciso acessar o site http://zenklub.com.br/, clicar em “psicólogos” e depois procurar pelo meu nome. Clicando no meu nome, é preciso se cadastrar no site para realizar o agendamento da consulta. A duração da sessão é de 50 minutos.

E então você pode perguntar: Por que passar por uma consulta pela internet? Vamos a alguns motivos. O primeiro deles é a facilidade. O atendimento online permite que você a realize no conforto da sua residência.  Lembrando que o site é equipado com recursos de segurança que garantem o sigilo do conteúdo das sessões. A proposta da orientação psicológica pode ser interessante para quem tem curiosidade sobre o trabalho do psicólogo, ou para quem tem vergonha/medo/receio de procurar um. Você paga a sessão no ato do agendamento, o que facilita o seu controle financeiro.

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Agora vamos explicar resumidamente o que seria o trabalho de orientação psicológica e coaching. A orientação psicológica consiste em acompanhar questões emocionais e comportamentais dos pacientes. Convido-lhe a pensar se teria algo em sua vida que você sabe que precisa mudar, mas não consegue. Muitas vezes não nos sentimos à vontade para compartilhar nossas angústias com nossos amigos e família. Podemos nos sentir sozinhos e cansados para carregar uma carga por vezes pesada demais. O psicólogo é um profissional habilitado para a escuta e posterior reflexão, levando a um caminho de significação das experiências vividas. Quando encontramos o sentido do que vivemos, fica mais fácil e leve seguir em frente.

Já o coaching se propõe a acompanhar pessoas que querem atingir um objetivo específico em sua vida: passar em uma prova de concurso, falar em público, lidar melhor com o tratamento de uma doença, emagrecer, etc. Trata-se de um método mais objetivo e específico do que a orientação psicológica. Conta com uma forma de pensar o acompanhamento como um treinamento, onde serão desenvolvidas as competências e comportamentos necessários para o alcance de determinado objetivo.

Espero ter conseguido esclarecer algumas dúvidas frequentes sobre o trabalho do psicólogo e do coaching, além do funcionamento do site Zenklub. Caso tenha outra dúvida e queira esclarecer, é só enviar um email para contato@claudiacomaru.com.br. Será um prazer responder.

Nos vemos no Zenklub!

Até mais!

O trabalho do coach

Olá!

Nesta semana foi publicado um texto no Blog da Adzuna em que esclareço possíveis dúvidas sobre o trabalho do coach. O que faz? A quem se destina?

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Muitas pessoas confundem o processo de coaching ao acompanhamento psicológico. E é importante distinguir as atividades, pois elas possuem objetivos diferentes. A começar pelo fato de o coaching ter como finalidade o alcance de determinada meta como, por exemplo, falar em público, se organizar nos estudos para uma prova a ser realizada em breve, perda de peso, dentre outros motivos. O profissional coaching não precisa ser um psicólogo. O curso de coaching pode ser realizado por pessoas de quaisquer formações que queiram atuar no desenvolvimento pessoal de seus clientes.

Já o acompanhamento psicológico tem como objetivo, a partir de uma queixa, uma insatisfação, iniciar um caminho de busca de sua identidade, de identificação dos seus desejos e motivações. Perceba que este trabalho alcança uma profundidade mais densa do que o coaching. Muitas vezes, no trabalho de coaching, percebemos a necessidade do cliente aprofundar algumas questões de ordem psicológica. Neste momento, cabe a indicação de um profissional psicólogo que possa acompanhá-lo.

O trabalho do coach e do psicólogo promovem autoconhecimento, visto que há o desejo de desenvolvimento por parte do cliente. E todo processo de desenvolvimento pode exigir o abandono de velhos padrões para que novas habilidades e visões de mundo surjam.

Até mais!

Inícios e finais

Olá!

Inicio o blog saudando a todos os leitores! Neste primeiro texto escrevo justamente sobre os “inícios” e “finais”, as mudanças de ciclo que acompanham toda a nossa vida e que geram muita alegria, mas também muito sofrimento. Os exemplos podem ser vários: Mudança de cidade, mudança ou perda de emprego, falecimento de alguém querido, casamento, separação… Momentos de ruptura onde o que vem é inesperado e desafia todo o saber acumulado em nossa vida, nossos pré-conceitos e definições. Podemos, em um primeiro momento, manter nossa atenção voltada à situação específica de mudança e toda a sorte de emoções envolvidas neste processo. Temos, portanto, a possibilidade de pensar cada passo a ser dado. Como toda mudança, novas tarefas surgem e talvez precisemos criar novas competências para lidar com as novas situações apresentadas.

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Ao mesmo tempo não podemos perder de foco o objetivo maior que nos norteia. Este norte nos ampara principalmente nos momentos em que somos inundados pelas emoções. Por vezes, “olhar para cima”, desafogando nossa percepção das sensações mundanas é fundamental para nos reconectarmos com o motivo primeiro, a nossa missão. Assim, os movimentos de aproximação e afastamento da situação são de extrema importância não só nos momentos de mudança, mas em todos os momentos da nossa vida.

Boas mudanças!

Até mais!